quinta-feira, 31 de julho de 2014

Sorria, racista. Você está sendo filmado!

O jovem negro que está denunciando o racismo armado de um smartphone virou a mais recente febre da internet.

Sorria racista Voc est sendo filmado
Um jovem americano virou a mais recente febre da internet depois que seus vídeos denunciando racismo se espalharam pela rede. Rashid Polo é usuário do Vine, uma rede social que compartilha vídeos de no máximo sete segundos.
Entre zoeiras sobre a rotina de estudante e desencontros amorosos, ele costuma postar vídeos onde mostra a vigilância que sofre quando vai a uma loja de conveniência. Tudo com um humor espontâneo e debochado.
Um dos vídeos, postado em fevereiro, parece irreal, tamanho o humor involuntário. Nele, uma senhora branca se esgueira por trás de Rashid num supermercado e tenta se esconder quando percebe a filmagem.
Algumas pessoas poderão dizer que Rashid está vendo racismo onde não há, aplicando a chamada “race card”. Afinal, muitos adolescentes brancos, negros, asiáticos ou hispânicos têm o hábito de afanar coisas em lojas de conveniência.
O problema é que as situações filmadas são comum. O negro que nunca percebeu um segurança seguindo seus passos no supermercado está mentindo ou é desatento.
Nos Estados Unidos, inclusive, há uma expressão para designar essa situação constrangedora: “shopping while black”. O país que elegeu Obama tem casos notórios de discriminação a consumidores negros.
Ano passado, Trayor Christian, estudante de engenharia na época com 19 anos, foi à loja de luxo Barneys comprar um cinto de 349 dólares. Depois da compra, já na rua, foi abordado por agentes da polícia que o acusaram de usar um cartão de débito falso.
“Como você poderia pagar por um cinto desses? Onde você arranjou o dinheiro?”, perguntaram os policiais, que algemaram e detiveram o rapaz.
O ator Rob Brown, de “Encontrando Forest”, passou por situação parecida ao comprar um relógio e Oprah Winfrey foi constrangida pelo funcionário de uma loja em Zurique, que se recusou a mostrar uma bolsa de 38 mil dólares alegando que a apresentadora não teria dinheiro para pagar.
A situação não é diferente no Brasil. O programa “Legendários”, anos atrás, fez um teste em que um negro, uma mulher branca e atraente e um rapaz efeminado entravam em uma loja, olhavam mercadorias e saíam ao mesmo tempo sem comprar nada.
Os três atores levavam nas bolsas um dispositivo para fazer o alarme apitar na saída. Fizeram o teste três vezes. Em um deles a moça foi abordada, mas questionou e saiu sem qualquer resistência do segurança. Por outro lado, o negro foi abordado duas vezes, em uma delas com violência.
Talvez os vídeos de Rashid mostrem apenas a neurose dos comerciantes e não casos concretos de racismo. Uma boa ideia seria um rapaz branco fazer a mesma coisa para tirarmos nossas conclusões.
Rashid trouxe para o debate o problema da sombra que persegue negros em lojas e supermercados — e mundo afora.
Vídeos:
Ela pensa que eu estou roubando! Ela pensa que eu estou roubando! Reparem. “Ela está me seguindo pela loja o tempo to… Olha lá! Ela pensa que eu estou roubando!

6 dicas para estudar sozinho para Concurso

Para estudar sozinho em casa é preciso ter muita disciplina. Por isso, elaboramos algumas dicas para ajudar você a se preparar para as provas que estão por vir:
6 dicas para estudar sozinho para Concurso
  1. Autocontrole: estipule horários fixos para comer e dormir. A realização dessas atividades em horários diferentes prejudica a ambientação do corpo e o rendimento. O sono é muito importante. O ideal é que o estudante durma oito horas por noite.
  2. Silêncio e claridade: um local simples e silencioso é o ideal para estudar. Quanto menos distrações estiverem presentes no ambiente, melhor. A luminosidade ajuda a tirar a sonolência, então, procure um local claro para realizar seus estudos.
  3. Parada obrigatória: respeitar os limites do corpo é importante. A concentração diminui a cada 50 minutos de estudos consecutivos. Por isso, é ideal parar 10 minutos por hora para descansar. Uma dica importante: às 11h, a capacidade de raciocínio atinge a potência máxima, por isso, estude o assunto mais importante do dia nesse horário.
  4. Exercite: fazer exercícios práticos ajuda a testar o aprendizado. Ao terminar os estudos, uma boa opção é redigir um texto com tudo que vier à cabeça sobre o assunto, sem se preocupar com coerência e pontuação. As anotações podem servir de resumo para as provas.
  5. Metas: Traçar metas é uma boa opção. Estipule quantos capítulos irá ler durante o período de estudo, isso estimula a motivação e ajuda na organização.
  6. Lazer: é importante que você também reserve um tempo para descansar e divertir-se aos fins de semana. Não deixe de se relacionar com as pessoas. Vá ao cinema, shows, festas, bares e peças teatrais, mas sem exageros.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Laranja: Você tem descascado do jeito errado a vida toda

Em vez de ficar se matando ao tentar descascar com as mãos, ou correr o risco de cortá-las com uma faca, basta usar esse tutorial que o mestre das gambiarras, Russian Hacker, ensina.
*No vídeo ele não usa exatamente uma laranja, parece ser uma tangerina. Mas funciona igual.

Tecla SAP

Primeiro segure a laranja apoiando os dedos nas extremidades

laranja 1

Então faça um corte exatamente no meio da fruta, tipo uma linha do equador. Mas não enfie a faca toda, faça apenas um corte superficial, o suficiente para chegar na parte branca.

laranja 2

E aí, basta descascá-la com as mãos.

laranja 3
laranja 4laranja 5
enhanced-16848-1406193960-18

Muito parecida com a técnica que ensinamos com uma chave comum, só que mais limpinho.

E o mais interessante é que se você fizer direitinho, sem destruir a casca, pode aproveitá-la como uma vela.

laranja 6





laranja 6

A Copa e os 2 Brasis: Brasildinávia e Brasilquistão

Num passe de mágica, que o jeitinho brasileiro conhece bem, conseguiram ludibriar os jornalistas estrangeiros, durante a Copa do Mundo, escondendo deles oBrasilquistão (o Brasil que não deu certo: violento, desigual, desumano, concentrador de riquezas, pobre, sujo, sangrento, corrupto, serviços públicos de quinta categoria etc.). Mostraram para eles o Brasildinávia (o Brasil que está com a ponta da proa virada para a Escandinávia). Mais da metade dos 438 jornalistas pesquisados (pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, contratada pelo Ministério do Turismo) tiveram suas expectativas superadas e quase 100% (98,6%) acharam o mundial “muito bom” ou “bom”; 96,5% recomendariam uma viagem ao Brasil. As avaliações positivas deles foram as seguintes: aeroportos: 88% de aprovação; táxi: 87,7%; segurança pública: 81,8%; rodovias: 81,6%; limpeza pública: 80,4%; sinalização de trânsito e turística: 75,9%; disponibilidade de voos no Brasil: 75,1%; rodoviárias interestaduais: 69,5%; mobilidade urbana: 67,9%; telefonia e acesso à internet: 52,1%; imagem do Brasil após a Copa: melhorou (59,4%) (Carta Capital 23/7/14: 26).
O que eles não viram? Não viram o Brasilquistão, com 276 mortes epidêmicas e diárias (154 assassinatos e 122 óbitos no trânsito) e mais de 101 mil anual. Viram a tragédia do nosso futebol (10 a 1, em dois jogos), mas não sentiram o drama na economia (que não cresce e ainda padece de forte inflação), na saúde (pessoas morrendo nas portas dos hospitais), nos transportes públicos fora da Copa (e fora dos feriados), na segurança pública (o Brasil é o 12º país mais violento do planeta e 16 das 50 cidades mais homicidas estão aqui), na indústria (que está ultrapassada), nas comunicações (que funcionam precariamente), na educação (3/4 da população é analfabeta funcional), na inovação, no uso inteligente das tecnologias, na burocracia, na política corrupta, nos partidos decréptos, na Justiça que tarda, na polícia que mata (e que também morre, no genocídio estatal), na criminalidade organizada que expande etc.
Durante o mês da Copa as televisões e rádios monopolizaram suas atenções no futebol. Ficamos com a impressão de que os furtos, roubos, latrocínios, tiros, assassinatos e corrupções tinham tirado férias. Todo esse inferno diário foi eclipsado para se mostrar o paraíso (cheio de Adãos e Evas nús e sensuais, escondendo-se obviamente as serpentes e seus ovos). Como é fantástica a sensação do Brasildináviae como é massacrante e torturante o nosso diaadia de Brasilquistão, com tiroteios diários nas favelas “pacificadas”, com mortes nas portas dos hospitais, com ignorância dentro das escolas, com políticos filmados embolsando o dinheiro da corrupção financiada por empresas e bancos… Que calmaria ver nas televisões apenas tiros de meta (não de canhões do Exército), tirombaços aos gols (não contra os jovens negros), ataques eficientes das seleções (não os ataques nas ruas contra nossa integridade).
O paraíso se instalou no lugar do inferno, mas este está voltando ao seu “normal” (errático, sorumbático e morfético). Foi elogiada a segurança nos estádios e das equipes, sem se dizer que estamos em pleno regime de exceção (a ponto de se mobilizar em todo momento o Exército, que só atua em situações excepcionais). Eliane Castanhêde (Folha 22/7/14: A2) foi informada de que mais de 12 mil argentinos foram vítimas de roubo/furto (segundo o G1), os furtos nos trens, metrôs e ônibus aumentaram 379% em São Paulo e por aí vai. Os números completos sairão nos próximos dias. Esse Brasilquistão(que é o que nos pega no cotidiano) não tem nada a ver com o Brasildinávia que os jornalistas estrangeiros viram. Eles acharam bonitas até mesmo as nossas indecentes rodoviárias! (“sabe de nada, inocente”).

segunda-feira, 28 de julho de 2014

22 itens proibidos para microondas (mas nós colocamos)

Fonte: site de dicas para solteiros
Microondas, não vivemos sem você!
abraçando-o-microondas
Se ainda não tem, quando tiver, vai acabar sentindo a mesma coisa. Opera milagres, mas também não é qualquer santo que pode ir lá dentro. Tem que ter muito cuidado, senão seu amado microondas vai “pelos ares” ou para o conserto. Vamos te contar aqui o que não pode ser aquecido, para manter uma boa e longa vida a dois. É muito amor!

Plásticos

DSCN4417
Não é qualquer vasilha de plástico que poderá utilizar para aquecer o teu rango não, principalmente aquelas coloridinhas, bonitinhas e baratinhas, das lojinhas de $1,99. E mesmo as mais resistentes, como por exemplo aquelas tampinhas que evitam sujeira, corre-se um grande risco em relação à sua saúde!
Algumas pesquisas constataram que plásticos não são indicados para o uso em microondas, pois quando aquecidos, liberam substâncias como o BPA (bisfenol-A) que são cancerígenas, por conterem uma substância tóxica que desprende da embalagem passando para o alimento. Use recipientes de vidro ou louça, e no caso da tampinha que protege contra melequeira, coloque papel toalha.
Isso também serve para as mamadeiras, atenção mamães e papais, isso é muito sério. 

Embalagens de Isopor

398454275_9ad37d8fb3_z cópia
Aquela que você passa no supermercado e compra umas comidinhas para seu jantar, sabe? Se sabe, trate de esquecer! Passe para outro recipiente, um prato, por exemplo, senão vai comer comida com isopor junto de outras substâncias extremamente nocivas ao organismo.

Alumínio

microwave-foil-o
Metal e microondas é tipo solteiros e namoro, não combinam! #chateados. Se tentar a sorte poderá iniciar um incêndio dentro do microondas. Isso vale para garfos, facas, colheres…

Embalagens de Comida Chinesa

15
Existem algumas embalagens para deliveries, principalmente comida chinesa, com metal, aí você já sabe, sem microondas, tá?

Louça com detalhes dourados/prateados

12-pratos-sopa-porcelana-baro-rio-branco-com-friso-dourado-14533-MLB3418188549_112012-F
Usar louça é o ideal, mas tem um porém, não pode ter detalhes dourados, nem prateados, pois eles normalmente são feitos com tinta metalizada, ou ouro/prata se você for Ryyyyyycaaaaa, aí pode sair faísca. E isso você já sabe né? Metal e microondas não combinam.

Vidros não-refratários

149495
Hoje praticamente todos os vidros vendidos são refratários (capazes de aguentar altas temperaturas), mas se por acaso tiver algum que não seja, tipo aquele que sua avó deu, use-o somente para aquecer rapidamente, pois ele pode estilhaçar se deixar por mais tempo.
Lembrando sempre, assim como a louça, os vidros não podem ter nenhum detalhe metálico.

Cristais

jarra-cristal-4
Sério, pra que esquentar seus cristais? São muito frágeis!

Acrílicos

GRD_3607_pic151
Além de ser feita com material plástico (fazendo mal a sua saúde), irá acabar por estragar a vasilha, pois vai ficar opaca, rachando por dentro e envelhecendo, ou seja, não vale a pena levá-la ao microondas.

Embalagens de Iogurte, Margarina, Sorvete…

14f3f_pote tampa branca
Gente, só estou reforçando, plástico e microondas não combinam. E nesse caso então piora, não suportaria altas temperaturas e derreteria em pouco tempo.

Sacos de Papel

SOS_BAG_paper_bag_grocery_bag
Nada de usar aqueles sacos marrons de padaria, segundo o Departamento de Agricultura americano eles podem provocar fogo, além disso emitem substâncias tóxicas quando vão ao microondas, pior ainda se tiver algum desenho, a tinta quando aquecida é veneno para o ser humano.

Água

Água-e-microondas
Parece mentira, mas não é. A água entra em ebulição rapidamente e numa temperatura muito elevada, poderá “explodir”. Sugere-se colocar junto do recipiente com água, uma colher de madeira ou até mesmo um palitinho.

Ovos com Casca

ovo31
Nem todos os alimentos podem ir ao forno microondas, como o ovo, se quiser fazer ovo cozido no microondas vai só fazer sujeira, a pressão causada pelo calor faz com que o ovo exploda! Para ele, existem vasilhas próprias para preparar sem a casca, mas são de plástico #vocêdecide.

Uvas

tumblr_mmxr8lzKMG1rnq3cto1_r1_500
Elas explodirão, ou pior, podem pegar fogo! Acredite se quiser, a imagem acima são de uvas aquecidas no microondas. E as passas vão soltar fumaça. Cuidado.

Pimentas

pimentas0002
Qualquer material seco se colocado no microondas, pode pegar fogo. E no caso das pimentas, liberam substâncias voláteis que irritam a garganta e os olhos. Nada legal.

Cenouras

p-carrots

A cenoura possui pequenas doses de ferro, magnésio e selênio, ao aquecer no microondas se transformam em metais provocando faíscas.

Batatas com Casca

IMG_7136-Fingerling-potatoes
Para aquecer com casca, é necessário furá-las, para que não corram o risco de explodirem.

Tomate com Casca

tomate
Igualzinho as batatas.

Linguiça e Salsicha

670px-Heat-Pre-Cooked-Cocktail-Sausages-in-the-Microwave-Step-4
Funciona da mesma forma que batatas e tomate. Uma outra ótima saída é embrulhar em papel toalha.

Molho vermelho sem tampa

slide_353621_3848433_free-1024x768
A imagem acima explica tudo.

Cozimento de Carne

microwave2
Deverá ser cozida de preferência em pedaços pequenos, para que não cozinhe apenas externamente. Se o meio dela ficar congelado, ou cru, poderá conter bactérias nocivas à nossa saúde.

Pães

pão
Não fica nada bom no microondas, ficará borrachento e úmido, melhor mesmo é usar um forno elétrico, forno convencional ou torradeira. Se o pão estiver congelado, até rola se aventurar no micro, mas deixe pouco tempo (10-20 segundos).

Sem nada

slide_353621_3847371_free
Nem ouse ligar seu bonitinho sem nada dentro, é BUUUMMM na certa! Ele acaba colocando suas ondas para ele mesmo, tipo autodestruição. CUIDADO!
Se tiver mais dúvidas, leia sempre as instruções e mantenha-as ao seu alcance para uma possível consulta.

Bolsista, lavador de carros do DF passa na OAB antes de se formar

Fonte: JusBrasil

Nascido no Piauí, Flávio da Silva vendia picolés para pagar escola. Homem prestou vestibular após filho questionar se família não teria carro.

O sonho de ser chamado de "doutor" chegou bem mais cedo que o esperado para um lavador de carros do Distrito Federal. Prestes a começar o último semestre de direito em uma faculdade de Taguatinga, o bolsista Flávio Dias da Silva, de 36 anos, foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O resultado coroou uma batalha iniciada há 18 anos, quando o piauiense chegou à capital do país em busca de uma vida melhor.
Bolsista lavador de carros do DF passa na OAB antes de se formar

"Nasci em Floriano, no interior [do Piauí]. Não era uma cidade tão desenvolvida como hoje. Minha mãe criou a mim e meus quatro irmãos sozinha desde que meu pai nos abandonou. Ela era professora da rede estadual, então o salário não era muito, e sempre havia alguma dificuldade. Só que nossa base de estudo era forte, e ela investiu muito em mim. Estudei em escola particular a vida toda e vendia picolé para ajudá-la a pagar a mensalidade", lembra Silva.
Com o ensino médio concluído e a poucos dias de completar a maioridade, o homem decidiu buscar em Brasília alguma oportunidade. O objetivo era colaborar com a mãe no custeio das despesas da família e com a então namorada, que havia acabado de descobrir que estava grávida.
O primeiro emprego de Silva foi como balconista de uma padaria, substituído meses depois pelo de garçom. Ao todo, foram 5 anos no ofício, ganhando um salário mínimo e aguentando todo tipo de "decepção". "Havia toda exigência de patrão e clientes, e o que eu recebia simplesmente não rendia. Acabava o dinheiro antes do mês", revela.
O auge da frustração veio no dia em que o piauiense precisou de apenas R$ 1 para uma despesa da qual ele já nem se lembra mais. Sem sobras no salário, Silva pediu a quantia emprestada a um vizinho e acabou recebendo o primeiro "chacoalhão" que o levaria a mudar de vida.
"Ele me pagou um sermão, e eu juro que isso não me deixou magoado. 'Que idade você tem? Rapaz, você tem que parar de depender dos outros para ter dinheiro. Caça um lote para capinar, um carro para lavar', foi o que ele me disse" , conta. "Eu fiquei envergonhado, mas aquilo mexeu comigo. Aí me vi obrigado a correr atrás de algo diferente."

O local escolhido foi a CNA 1, perto do Cartório do 5º Ofício de Notas. O tabelião e outros funcionários da instituição, assim como donos de lojas próximas, viraram clientes fieis de Silva. O rendimento chegava a R$ 600 por mês – bem superior ao que até então ganhava nas demais atividades. E o jovem mantinha religiosamente uma preocupação: pagar o INSS.
Seis anos depois, quando já tinha um segundo filho, com uma gari, veio o segundo chacoalhão. O lavador de carros estava deixando o pequeno Rodrigo, de então 4 anos, em uma creche de Ceilândia e ouviu uma pergunta perturbadora. "Ele falou: 'Pai, quando você vai comprar um carro para me trazer, que nem os outros pais fazem com meus coleguinhas?'. Não vou mentir, aquilo me doeu. Ele via essa cena todos os dias. E é triste uma criança te pedir algo e você não poder dar", diz.
Impulsionado pelo cliente Francisco de Assis Brito, dono de uma loja de materiais metálicos que fica em frente ao local onde lavava carros, Silva decidiu arregaçar as mangas e, em segredo, prestar vestibular em uma faculdade particular. "Fico muito orgulhoso de ver o resultado, ele é como um filho para mim. E eu dei um empurrão. Lembrei que ele tinha 2º grau, que tinha feito curso técnico, que tinha inteligência. Ele tinha todas as chances de sair daquela vida", analisa o empresário.
O lavador de carros marcou duas opções para a prova: direito, em primeiro lugar, e pedagogia, em segundo. Os cursos foram inspirados nas pessoas com quem tinha convívio e admirava, como o tabelião e a própria mãe. A aprovação, segundo Silva, foi uma surpresa.

Só que o resultado trouxe uma nova dificuldade. Os lucros com a lavação de carros não eram suficientes para manter a família e pagar a graduação. Depois de pedir um tempo ao tabelião "para um conselho", ele deu plantão na reitoria da faculdade para negociar um desconto. De cara, garantiu uma bolsa de 50%. Depois de 5 semestres, a faculdade concedeu o benefício integral.
"Não queria me menosprezar por ser negro e pobre, mas fui sincero. Se não fosse desse jeito, eu não teria condição de pagar. E eu falei para o reitor que queria mudar o meu futuro e o da minha família. Aquela era a chance que eu tinha. Deixei claro que minha intenção era não precisar depender disso, que eu sabia que ele era um homem muito ocupado, mas que eu não tinha opção mesmo", conta.
Ainda no começo da faculdade, o lavador de carros, que tinha a confiança do tabelião do Cartório do 5º Ofício de Notas, ganhou mais uma oportunidade: entrou para o setor de limpeza da instituição. Depois, passou para a área de segurança e hoje é auxiliar notarial. A atividade é conciliada com os cuidados com os automóveis dos clientes, aos fins de semana.
"Hoje, essa não é a minha atividade principal [lavação de carros], digamos assim, mas é muito importante para mim. Eu não ganho menos que R$ 90 em um sábado, e isso me ajuda muito a completar a renda. A soma do que eu e minha mulher ganhamos não é alta, então esse dinheiro a mais ajuda muito. E eu gosto de lavar carros, me distrai. Foi o que me deu sustento por muito tempo e ainda me ajuda a queimar calorias" , brinca. "Meu peso ideal é 87 kg, mas estou com 100 kg. Não vou parar tão cedo."

Bolsista lavador de carros do DF passa na OAB antes de se formar
"Havia um colega que queria comprar, e eu meio que atravessei", afirma, às gargalhadas. "Mas na hora doeu um pouco, porque parecia que não acreditavam que eu, que tantos anos lavei aquele carro sem nunca saber que um dia seria meu, teria condições de comprá-lo. Acharam que era brincadeira. Isso até ofende, sabe. Mas eu me limitei a pedir o número da conta e a voltar 2 horas depois com a comprovação da transferência. O cara ficou surpreso e perguntou se podia me entregar só no outro dia, porque ele não esperava vender. Ali eu podia ter dado uma cutucada, mas fui discreto. Só disse para tomar cuidado e não bater, que eu já tinha pagado."
A reação do caçula ao "presente" também surpreendeu. Silva parou o carro na porta de casa e chamou a família para ver a novidade que ele havia trazido. Rodrigo foi direto, lembra o homem.
"Ele logo soltou: 'Pai, eu não acredito, mas é muito feio esse carro'. Ele adora carros, mas o negócio dele é Lamborghini, é carrão. Só que pouco depois, ele veio: 'Pai, eu estava brincando'. E ele ama, né? Antes, para irmos ao Nicolândia [no Parque da Cidade, no Plano Piloto], pegávamos ônibus e metrô. Hoje, é só trocar de roupa e aproveitar um tempo bem mais curto e um jeito bem mais confortável de chegar", diz.
Assim como fez com o vestibular, Silva se inscreveu em segredo para o exame da OAB. A preparação para a primeira etapa ocorreu toda em casa. Já para a segunda fase, o lavador decidiu optar por um reforço e pagou um cursinho on-line. Foram 3 meses conciliando o sonho com as aulas da faculdade, o início da monografia e o trabalho.
"Nos últimos 45 dias, eu estudava feito louco. Ficava até as 3h respondendo exercícios, me mantinha com energético. Às 8h, chegava ao cartório caindo de sono. Foi puxado, mas valeu a pena. Eu sabia tudo de cabeça no dia da prova. Abri um sorriso daqui a ali ao ler o teste. Eu me senti em casa e tive confiança de que tudo daria certo", afirma.
O resultado saiu no dia 24 de junho. O lavador de carros havia ficado com a responsabilidade de fechar o cartório e aproveitou o momento sozinho para consultar o desempenho na prova. Antes de abrir o site, fez uma oração. E, de fato, havia dado certo: ele acertou 57% da prova objetiva.
"Eu gritei e chorei de felicidade. Saí ligando para familiares, amigos, conhecidos, postei no Facebook. Essa vitória é tudo. Foi um exemplo para as pessoas – muitas me dizem que eu as inspirei, que vão tentar os sonhos delas também" , recorda Silva. "Foi uma forma de mostrar à sociedade, mas principalmente de me mostrar, que não sou menos do que ninguém, que sou muito capaz."

Bolsista lavador de carros do DF passa na OAB antes de se formar