sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Você tem medo de quê?

Muitas das grandes oportunidades da minha vida eu perdi por medo. Um possível grande amor, chances de trabalho, amigos e até melhoria de saúde. Nem sei explicar muito como isso acontece, se é por cautela excessiva ou pavor de encarar alguns fatos. Só sei que, às vezes, eu travo ou fico tão nervoso que a coisa não flui.

Na realidade, eu me considero bem medroso. Meus medos são os mais variados e de diferentes intensidades. Exemplo disso é meu pavor de injeção, algo que, com muita, mas muita concentração, até consigo controlar. No entanto, meu temor por altura é paralisador. Avião então, só viajo em último caso. A última vez já faz mais de 20 anos. Fui colocado na aeronave pelo meu patrão, precisa de minha presença em outra cidade com urgência, mas retornei de ônibus.

Já parei para tentar entender e consegui fazer uma análise desses medos todos: alguns se encaixam como nojo, como o que tenho de muitos insetos. Outros classifico como maluquices, tal qual eu não gostar muito de andar no escuro sozinho. Porém, há medos que realmente me fazem perder o sono, bem como não alcançar todos os meus objetivos.

De um modo geral, posso dizer que 90% dos meus temores são relacionados a um único fator: o medo do desconhecido. Típico de um leonino que não gosta de mudanças bruscas na rotina. Entretanto, conforme a idade vem chegando e, com ela, a maturidade, compreendo que sou capaz de passar por cima dessas pequenas falhas e tocar a vida. Isso pode acontecer de uma forma cautelosa e planejada.

Há algo que me irrita profundamente: ouvir a frase “um homem desse tamanho com medo disso?”. Como assim? Só porque sou homem e alto não posso ter medo? O capitão do Titanic então não pôde ter medo quando viu que seu navio estava afundando? Os grandes guerreiros da história mundial não puderam ter o mínimo de receio ao enfrentar seus inimigos? Todos devem estar firmes e fortes sempre? Não, isso não é possível, pois como seres pensantes, duvidamos que somos capazes de realizar nossos planos e o mínimo de medo aparece, trazendo a insegurança.

A sociedade impôs que o homem não deve ter medo nem chorar, a fim de demonstrar virilidade, fazendo com que ele tenha receio de ter esse sentimento. No desenrolar da vida, tantas questões já foram alteradas em relação ao comportamento humano. Por que o medo continua sendo sinônimo de inferioridade? Enfim, que cada um possa ter e conviver com seus medos em paz, de modo que eles não atrapalhem o bom andar da nossa carruagem. E que o medo possa fazer com que as pessoas pensem o quão fortes são. Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações.

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