quarta-feira, 9 de maio de 2018

Assessora do PT cobrou aluguel de sem-teto e fez ameaça de despejo

Ednalva Franco admitiu a autoria das mensagens e afirma que cobra uma taxa de no máximo R$ 200 por morador

Assessora do PT cobrou aluguel de sem-teto e fez ameaça de despejo

Audios de conversas em um grupo no WhatsApp apontam que a assessora da deputada estadual Marcia Lia (PT-SP) fez ameaças aos moradores do MMPT (Movimento Moradia Para Todos).

Ednalva Franco, líder do movimento que controla quatro prédios — na Bela Vista, na Mooca e dois no Centro (rua Marconi e Capitão Salomão), teria feito cobranças aos sem-teto, exigindo pagamento de aluguel. "Quem está aberto em abril, eu aconselho vir urgente acertar. Quem não vier, à noite estarei na porta. Nem se for 2h da manhã eu vou bater para cobrar", afirmou.
O colunista Leandro Narloch, da Folha de S. Paulo, conversou com ex-moradores que denunciaram abusos, ameaças e a cobrança de aluguel de R$ 200 a R$ 500 por parte dos coordenadores. “Além do aluguel, a coordenadora sempre inventa uma taxa nova para o pessoal revelou um ex-morador do edifício São Manuel, na rua Marconi. que Segundo ele, os alugueis só desse edifício rendem pelo menos R$ 35 mil por mês ao movimento.
O sem-teto também revelou que era obrigado a participar de atos em defesa do ex-presidente Lula. “Quando tinha um ato, eu colocava a camiseta do movimento e ficava perto dela [Ednalva]. Fazia questão que ela me visse várias vezes, para eu marcar presença. Depois trocava a camiseta e ia embora", disse ao colunista.
RESPOSTA
Ednalva admitiu a autoria das mensagens e afirma que cobra uma taxa de no máximo R$ 200 por morador. De acordo com a assessora, o dinheiro é usado para custear o escritório e a creche do movimento, além do salário de porteiros, a manutenção dos elevadores, extintores e outras despesas. Ela negou expulsar moradores por falta de pagamento, apesar do conteúdo evidente dos áudios. “Se o morador não tiver dinheiro para pagar a contribuição, nós chamamos para conversar e parcelamos até ele arranjar um emprego”, explicou.
A assessora também afirmou que "cada movimento social tem suas regras. Apresentamos nossa rotina quando a pessoa ingressa no movimento. A partir de então, se quiser continuar, precisa seguir as regras do grupo".

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