quinta-feira, 25 de junho de 2009

26.06.2009 – A tentação de sonegar cresce na retração

26.06.2009 – A tentação de sonegar cresce na retração.


É nessa hora que as empresas sonegam mais, não respeitam contratos e até seus funcionários.

Ao lado do desemprego e da perda de renda de empresas e indivíduos, o comportamento ético é uma primeira vítima da retração da atividade produtiva. Nesses momentos, cresce a tentação de adotar práticas ilegais, como sonegar impostos, contratar funcionários sem carteira assinada, não respeitar contratos ou consumir produtos de origem duvidosa.


Para o amigo e contador João Alfredo de Souza Ramos (que foi meu professor) não é necessária uma crise para que as empresas entrem na informalidade, o que concordo plenamente. “A carga tributária é muito alta e a margem de lucro é pequena. Diante desta situação, o empresário opta pela informalidade e começa na maioria das vezes, a sonegar imposto. É o pior caminho, mas é a realidade”.


Segundo João Alfredo, os setores supermercadistas, atacadistas, de farmácia e medicamentos, e de transporte – público, de cargas e de passageiros -, estão entre os que mais sofrem com a alta carga tributária cobrada. Esses empresários, principalmente os micros e pequenos não vivem, sobrevivem. È bom lembrar que os micros e pequenos são responsáveis por empregar mais de cinqüenta por cento da mão de obra no Brasil”.


João Alfredo afirma que um dos principais motivos de os empresários entrarem na informalidade é a falta de confiança no governo. “Novas taxas e cobranças são criadas a todo momento". Isso pesa muito em um caixa apertado. “Antes de quebrar preferem sonegar”. É bom frisar que quem opta por esse tipo de caminho tem grandes chances de quebrar. Há multas que superam o valor do tributo em cento e cinqüenta por cento.


Tudo que foi dito acima acontece realmente, mas eu prefiro acompanhar o pensamento do Sr.André Montoro que está a frente de uma das instituições mais respeitadas no Brasil, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) que disse. “Com a informalidade primeiro vem o aumento do imposto de cada pessoa paga, aqueles que pagam, é claro. Prejuízo para as empresas que cumprem suas obrigações, mas o mais importante é que se cria um ambiente que é desfavorável a investimentos produtivos. Cria uma certa mentalidade que a esperteza, a sonegação e uma série de expedientes para a evasão fiscal são o caminho do crescimento e do desenvolvimento.


Para crescer de forma sustentável, é preciso ter um ambiente de negócios no qual as pessoas cumpram com as suas obrigações. Quem quer ganhar dinheiro que invista mais, trabalhe mais, faça inovações tecnológicas, melhore sua gestão, eduque a mão de obra. Esses são os caminhos corretos para o progresso.


Fonte: Jornal A Gazeta

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