terça-feira, 28 de julho de 2009

Futuros Papais - Filho ou Filha?

Filho e filha: diferentes para ele?

Um filho homem, a sua imagem e semelhança. Ou uma linda menina, que o papai encherá de cuidados e proteção. O amor é o mesmo. Diferentes são as expectativas e a forma de se relacionar com cada um deles. Mas até que ponto?

Tal pai, tal filho

Na maioria dos casos, antes mesmo de a mulher engravidar, o futuro pai já se imagina brincando de bola com o filhão, ou passeando pelas ruas, de mãos dadas com sua menininha. E a expectativa é grande, até que a ultra-sonografia confirme o sexo do bebê.

Seja qual for o resultado, e ainda que traga um pouco de frustração no primeiro momento, logo ela é compensada pela alegria de ver o neném se desenvolvendo plenamente. Hora de preparar o quarto para recebê-lo, comprar enxoval, escolher nome.

De homem para homem

Em geral, a menos que se deseje homenagear alguém, o papai acaba sugerindo o nome para o menino e a mamãe para a menina. Não é uma regra imposta; simplesmente costuma acontecer assim. E mesmo sem que o casal perceba, começam a se estabelecer, dentro da família, relações de cumplicidade homem/filho, mulher/filha, que vão determinar, inclusive, o tipo de educação que cada criança irá receber.

O modelo vem de longe e, em sua essência, se repete de geração para geração. Como os nossos pais, aprendemos as formas feminina e masculina de lidar com os filhos. Diferentes de família para família e, dentro de cada uma, de criança para criança.

E se do lado de fora o mundo vira de ponta-cabeça, no chamado aconchego do lar, os papéis sexuais se mantêm preservados: mimos e cuidados exagerados com a princesinha do papai, e liberdade (mesmo que vigiada) para o garotão. A ele, inclusive, cabe proteger a irmã, especialmente se for a caçula.

Cúmplices, confidentes

Aos poucos, e pela mão do pai, o menino vai sendo apresentado ao fantástico universo masculino. Que inclui, desde aprender a trocar lâmpadas e pneus a dissecar complicados manuais de eletroeletrônicos. Que lhe permite entrar no bar da esquina, na geral do estádio de futebol, mas que, em compensação, lhe impõem tarefas que dependem de força muscular e raciocínio matemático.

Tão estreita convivência fortalece sempre e mais o companheirismo entre pai e filho. E também as expectativas: de que o menino torça pelo mesmo time, tenha os mesmos hobbies e, quem sabe, escolha a mesma carreira paterna. Ufa! Quanta responsabilidade!

Ao lado da mãe, grande amiga e confidente, a filha mulher cresce, tentando encontrar o equilíbrio entre o conforto da proteção e o desejo de liberdade. Excluída dos chamados programas de homem, é ensinada, desde cedo, a preservar seu corpo, que um dia irá gerar uma outra vida, e a assumir algumas pequenas responsabilidades no ambiente familiar. Caberá a ela, no futuro, cuidar da casa, dos filhos, do companheiro e até dos próprios pais. Exatamente como sua mãe.


Tudo se transforma

Aconteceram mudanças, é claro. Ao longo dos anos, a mulher conquistou novos e importantes espaços no mercado de trabalho e a disponibilidade para as demandas domésticas diminuiu. Ou melhor, o homem passou a dividir com ela o que antes eram atribuições estritamente femininas. De provedor, por excelência, tornou-se colaborador, participativo, inteirado da dinâmica familiar.

Tantos avanços motivaram formas de educar mais igualitárias entre meninos e meninas, ainda que respeitando-se suas características biológicas distintas. A proximidade entre pai e filha aumentou e a intimidade também. Conversam sobre (quase) todos os assuntos, saem juntos sozinhos, e ela, aos poucos, se mostra uma grande companhia (com ou sem o irmão) também para os momentos de lazer.

Iguais, mas diferentes. E essa diferença é que dá o limite na maneira de educar e nas relações interfamiliares com filhos homens e mulheres. A identificação do pai com o menino e da mãe com a menina será sempre determinante nas características destas relações. As diferenças vão torná-las mais ricas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário