sábado, 11 de abril de 2015

Milhares de turistas admiram "maré do século" na França

Fenômeno foi provocado por alinhamento da lua e do sol

21/03/2015 | 17h20
Milhares de turistas admiram "maré do século" na França Philippe Huguen/AFP
Foto: Philippe Huguen / AFP
O famoso Monte Saint-Michel (na Normandia, França) foi invadido neste sábado por turistas de todos os cantos franceses e também de outros países para a "maré do século", um fenômeno espetacular provocado por um alinhamento excepcional da lua e do sol, que influencia nas correntes marítimas. Desde as primeiras horas deste sábado, os turistas atravessavam a passarela que garante o acesso do continente ao Monte Saint-Michel, e que será completamente encoberto pelas águas.

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O Monte, que voltou a ser uma ilha na manhã deste sábado na maré cheia, voltou a ficar isolado do continente esta noite na França, às 20h07min (16h07min no horário de Brasília), quando as águas do Atlântico subiram mais de 14 metros. O espetáculo já havia atraído cerca de 10 mil pessoas na sexta-feira à noite.

Parecido com uma ilha, o Monte Saint-Michel é classificado como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e recebe turistas durante o ano inteiro. Os períodos de maré alta, no entanto, são os mais procurados.

Próxima "maré do século" será em 2033
A última "maré do século" foi em 10 de março de 1997 e a próxima será em 3 de março de 2033. O fenômeno ocorre pela conjunção de diversos fatores astronômicos como o alinhamento dos astros, distância mais curta entre as órbitas, dado que as marés resultam da atração da Lua e do Sol sobre os mares e oceanos. Com a maré do século, que ocorre a cada 18 anos ou mais, a amplitude das marés (máxima diferença entre maré baixa e alta) ultrapassa os 14 metros.

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Na histórica cidade de Saint-Malo, cerca de 20 mil pessoas, de acordo com a prefeitura, se reuniram para assistir a maré alta na parte da manhã. Amontoados na calçada, com botas de borracha e capas, as pessoas imortalizaram com suas câmeras a espuma se elevando acima do dique antes de tomar um verdadeiro banho.

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— Não havia muito vento, tomamos um pequeno banho, tudo na medida — comemorou Karine, que veio de Chartres (norte da França) com toda a família.
— Nós amamos a Bretanha. Esta é a terceira vez que visitamos a região e encontramos uma desculpa para voltar — declarou um casal italiano, Francesca e Gianni, que cruzaram 1,4 mil quilômetros para passar uma semana de férias na Bretanha.
Na maré baixa, o mar é raso até se perder de vista, e pescadores descalços aproveitam para catar, com pás e ancinhos, berbigões, amêijoas e outros. Mas as autoridades locais têm advertido nos últimos dias os pescadores para que não sejam surpreendidos pela maré, especialmente na Baía do Monte Saint-Michel, onde, como diz o ditado, a maré sobe "à velocidade da um cavalo a galope".
A maré máxima observada no mundo se produzirá na Baía de Fundy, no Canadá, onde deve alcançar 16 metros. O fenômeno também será muito visível na costa leste da Terra do Fogo, e na costa norte da Austrália e no Reino Unido, no Canal de Bristol (mais de 14 metros).

*AFP

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