segunda-feira, 13 de abril de 2015

Nossa esquerda é de direita, mente e rouba


Publicado por Léo Rosa
Rouba mesmo, e muito, e sistematicamente. A presidenta tem razão: “A corrupção é uma velha senhora”. Acrescento que essa senhora velha sempre circulou com desenvoltura pelo nosso país. Agora, nunca havia sido sistema administrativo, nem método de governo. O Partido dos Trabalhadores rouba para locupletar companheiros, e nisso cumpre os costumes. Além disso, faz mais e pior: rouba e usa dinheiro público como método de corromper para governar o seu governo. O governo compra parlamentares para fazer base aliada no Congresso.
Mas corrupção por corrupção, não seria tudo igual? De jeito nenhum. Os petistas, ademais de roubar, estão, na medida em que sistematizam e instrumentalizam a corrupção para obter votos, desvirtuando o pouco que nos resta de República. Comprar o Congresso equivale a dispensá-lo.
E o petismo trai o discurso. A Dilma imputava a Aécio planos para arrochar o Brasil. O sujeito de fato os tinha. Mas é Dilma quem arrocha. Alguém me responderá: seria burrice a Dilma confessar o que faria. Rebato: depende de como se vê a política. Política deveria ser mais do que truque eleitoral. Ao mentir para o País, Dilma repete o mal que muitos políticos praticam: desqualificam a política como modo de organização social: ora, se todo político mente e rouba, então todo político é igual. Mas os políticos já não mentiam? Sim, mas só o discurso purista do PT prometeu salvar a pátria.
O “nunca antes nesse país” era messiânico. Era mentira, mas ficou como um salvacionismo que o PT se atribuiu. Hoje se sabe, salvo os sectários, que o PT é uma fraude política, não só eleitoral. Se alguém tem dúvida, basta conferir se o currículo do ministro da Fazenda cabe no programa de governo da Dilma ou no estatuto do PT.
O ministro que controla o controle da Dilma sobre a economia é de direita (o que não o desabona), é banqueiro, é tudo o que o PT execra (va). O PT defende o ministro, mas a classe média (e sobre ela estou de acordo com Marilena Chauí) se assustou. E foi pra rua, levar seu protesto de medo de não sabe o quê. E nem tem que saber. O povo não tem que propor plano administrativo. Quem é pago pra isso são os governantes. Só a direita ou a nossa esquerda de direita acusa uma passeata de não ter agenda, proposta e solução.
Essa desqualificação dos milhares de pessoas que foram às ruas, imputando-lhes fascismo, oposicionismo, saudosismo etc, é arrogância autoritária e disparatada. E deixo claro: por mim, que os patifes que defendem ditadura tropecem no cadáver de um milico torturador e morram afogados nas dores de um torturado.
O desgosto da população está legitimamente posto na rua. Pretextar com a presença de alguns sabujos dos militares para desabonar a multidão também é ditadura, é impor uma opinião chapa-branca; é alinhar-se com o governo. Este governo está de direita, mentindo, roubando. E só o que faltava era tornar-se autoritário. O PT não reconhece, mas a coisa está difícil. Só que tem solução: bastaria a Dilma cumprir no Planalto o que prometeu na televisão. Claro, se ela tivesse lastro para tanto, o que não tem. É triste que ela precise da credibilidade do Joaquim Levy.

Léo Rosa
Doutor e Mestre em Direito pela UFSC. Especialista em Administração de Empresas e em Economia. Professor da Unisul. Advogado, Psicólogo e Jornalista.

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