quinta-feira, 21 de maio de 2015

PM condena divulgação de blitz no WhatsApp, Twitter e Facebook

Fonte: Jornal Opinião
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Júlio César, condenou com veemência a divulgação de blitz de trânsito pelas redes sociais e alertou aos jovens do Acre para que não participem dessas comunidades. “Infelizmente, pessoas colocam para a sociedade que nosso trabalho não tem legitimidade”, disse Júlio César na manhã desta terça-feira, 5, durante cerimônia no Teatro Plácido de Castro onde o público era de maioria de estudantes e da Guarda Mirim.
“A Polícia está na rua fazendo o trabalho para defender a população. Quando o próprio cidadão denuncia a presença da autoridade em uma fiscalização, quem sai prejudicado é ele mesmo. Um carro irregular que não é preso pode muito bem causar um acidente metros depois do local da blitz e matar alguém. Isso já acontecia antes da chegada da internet”. Essa opinião é do advogado Vitor Guglinski, especialista em Direito do Consumidor e atua em Minas Gerais. O delegado Eduardo Luiz Santos Cabette, da Polícia Civil do Espírito Santo (que junto com Minas Gerais são pioneiros tanto na criação de comunidades antiblitz quanto na repressão desses grupos) tem pensamento semelhante: “além da falta de efetividade das ações anunciadas nas redes sociais, também existe prejuízo financeiro. Uso de viaturas consomem recursos para o estado. Quando a sociedade mina o trabalho das forças policias é como se estivéssemos jogando dinheiro fora. Toda vez que uma blitz é denunciada, um cidadão de má índole pode estar escapando da Justiça”.
Há quem diga que tentar cercear a existência dessas redes pode se configurar no cerceamento à liberdade de expressão. “A gente pode participar e se comunicar do jeito que quiser. A liberdade de expressão está assegurada na Constituição”, disse uma estudante que pediu para não ser identificada. Ela deixou de participar de grupos no WhatsApp. O advogado Guglinski concorda com essa tese mas observa que isso se aplica aos perfis pessoais. Há perfis criados especificamente para fazer comunicados sobre a ação policial. Estes podem ser passíveis de punição.
Há três anos os órgãos de trânsito e de segurança pública condenam o uso da internet para alertas antecipados sobre blitz e, apesar disso, grupos seguem se mobilizando. Em 2012, auge da Operação Álcool Zero, os grupos chegaram a ter 4.000 membros. Essa e outras questões estão sendo enfrentadas de modo especial neste mês de maio através do movimento “Maio Amarelo – Atenção pela vida”, lançado nesta terça-feira pelas autoridades do Acre.

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