quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pedestre não tem que pedir permissão


Pedestre no tem que pedir permisso
Na quinta-feira, 6 de novembro de 2014 a cidade de São Paulo amanheceu com um desafio para a prefeitura: preencher os espaços vazios das faixas de pedestre apagadas por recapeamento ou degradadas pelo tempo. Ativistas do Greenpeace pintaram faixas tracejadas.
(Imagem: Otávio Almeida/Greenpeace)
Foi aprovado ontem no Senado e segue para sanção presidencial um projeto de leique obriga pedestres a fazer sinal com a mão antes de atravessar na faixa. Apesar da aparente intenção (louvável) de proteger o pedestre, trata-se do tipo de proposta que joga a culpa sobre a vítima do problema. É a expressão de uma inversão de prioridades, que dá a entender que a rua é dos carros, e que quem ousar invadi-la deve “pedir permissão” aos nobres condutores para poder atravessar.
Os pedestres podem e devem ser orientados a fazer a travessia segura, mas não podem ser responsabilizados por não fazerem um sinal quando, na maioria das vezes, são os motoristas que não os respeitam. “O problema dos atropelamentos é urgente e precisa ser enfrentado, mas impor a responsabilidade dessa solução ao pedestre é fugir da discussão maior, que é a necessidade de transformar nossas cidades em espaços para pessoas e não para carros”, explica Bárbara Rubim, coordenadora da campanha Clima e Energia do Greenpeace.
O “sinal da vida”, como é conhecido no Distrito Federal, é uma iniciativa conhecida em algumas cidades brasileiras, que estimula o contato visual entre motoristas e pedestres. Ela pode ajudar bastante a reduzir os índices de atropelamento, mas tem pouco efeito se não é acompanhada de outras ações educativa e de fiscalização direcionadas ao motorista.
Quem anda a pé em grandes cidades sabe o quanto é difícil atravessar a rua com segurança, ainda mais quando não há semáforos. O pedestre precisa ser bem paciente se quiser esperar os veículos pararem na faixa para que ele faça sua travessia. Ao contrário do que diz o próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB), não são raras as vezes em que o pedestre tem que esperar até 10 veículos passarem pela rua.
O maior culpado pelos atropelamentos não é o pedestre distraído. Faixas mal posicionadas, velocidades máximas muito altas e imprudência dos motoristas são razões com muito mais peso para o alto índice de morte de pedestres. Vale lembrar que o CTB deixa bem claro que os veículos de maior porte são responsáveis pela segurança dos de menor porte. Ou seja, o pedestre deve ser o mais zelado de todos, justamente por estar em condição mais vulnerável que todos os outros veículos (carros, motos e bicicletas inclusive). Por tudo isso, fica aqui a dica para a Presidência: #vetaDilma!

GREENPEACE BRASIL


Gerry Marcio Sozza
Ciberativista Greenpeace
Casado, Greenpeace Brasil desde 1994, Ciberativista pelo Greenpeace desde 2011. Registro nº 144012. Cursos de Gerenciamento Ambiental e Gestão Ambiental.

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