Na madrugada de sábado do dia 08 de agosto deste ano, 2015, na região
do Itaim Bibi, um grupo de Taxistas restringiu a liberdade de um
motorista do aplicativo "Uber", além de tê-lo agredido, inclusive, com
socos na boca.
Segundo o motorista que preferiu manter sua
identidade sob sigilo, ele foi abordado quando seguia com seu veículo
Hyundai Azera preto para fazer mais uma corrida no dia. Segundo
informações do Jornal Folha de São Paulo, quando o motorista chegou na
rua Santa Justina, local da chamada indicado pelo aplicativo, foi
cercado por aproximadamente 20 taxistas, e no momento em que tentou
fugir foi agarrado e colocado dentro de um táxi por um homem armado.
Segundo
o motorista, ele ficou por cerca de 30 minutos sob ameaças dos homens
no táxi, tendo sido deixado na rua Funchal, aproximadamente 1,5 km de
onde foi abordado.
Já o veículo, foi retirado do local por um
taxista e posteriormente abandonado completamente danificado na Rua
Clodomiro Amazonas, região próxima de onde ocorreram os fatos.
A
Prefeitura disse que vai investigar os fatos no afã de caçar a licença
dos taxistas envolvidos; a Polícia Civil disse já ter identificado pelo
menos um dos agressores e que realmente trata-se de um taxista, e, ainda
segundo o Jornal Folha de São Paulo, o presidente do Sinditaxi teria
dito no passado que haveria "mortes" em razão da existência do
aplicativo.
Diante do quadro apresentado pelo respeitável Jornal,
é possível chegar a duas conclusões, a uma, que estes indivíduos que
agiram com tamanha violência não podem e não devem ser chamados de
taxistas e a duas que a sociedade novamente está sendo esquecida e
sacrificada em seus interesses, inclusive sendo colocada em risco
eminente de violência sem limites.
Ao que parece, os taxistas não
estão preocupados com a regulamentação dos motoristas que utilizam o
aplicativo "Uber" para trabalhar, e sim, com a clientela que vai
diminuir drasticamente caso o aplicativo caia no gosto da maioria.
Normalmente,
o transporte público das grandes metrópoles é caótico e a qualidade do
serviço prestado deixa a desejar, o que beneficia a utilização do táxi,
que sempre foi uma excelente opção quando o assunto é transporte. No
entanto, e não raras vezes, muitas pessoas reclamam dos serviços
prestados pelos taxistas.
Não vale dizer que agora se critica os
taxistas para apoiar os usuários do aplicativo, nada disso. O que
aconteceu com a chegada do "Uber" foi que alguns usuários de Táxi
enxergaram que o serviço prestado pode ser muito melhor que o oferecido
atualmente e por um preço acessível.
Repita-se que o que se
pretende com o singelo texto não é criticar o serviço oferecido pelos
taxistas, que na sua grande maioria é de qualidade e confiança, mas
apenas expor que assim como ocorreu em algumas grandes capitais da
Europa e Estados Unidos, o "Uber" é uma realidade que veio para ficar e
qualquer tentativa de impedir sua existência atingirá o usuário, o
cidadão, que sempre será a parte mais prejudicada.
A solução
sempre nascerá a partir do diálogo, nunca da guerra, e assim como
ocorreu em alguns lugares do mundo, a adaptação será absolutamente
necessária.
O mercado é assim. A existência de um produto não
impede o nascimento de outro, mas a sua inferior qualidade pode levá-lo
ao desaparecimento.
Os taxistas podem concorrer de igual com os
motoristas do aplicativo, basta se adaptar e absolverem uma pitada de
bom atendimento.
Muitas pessoas relataram nas redes sociais suas
experiências com o atendimento dos motoristas do aplicativo.
Cordialidade, simpatia, presteza, água a disposição, chocolate, bala,
além de conforto em razão do excelente estado de conservação dos
veículos, ar condicionado ligado em uma temperatura adequada, nada de
conversas indesejáveis e ainda o fato de não ter que se preocupar em ter
dinheiro no momento da corrida, já que esta vem debitada no cartão de
crédito.
Os taxistas podem e devem se adaptar para se manter vivo em um mercado cada vez mais exigente. Isso é possível.
Tanto
assim que recentemente uma Advogada Sócia do escritório Rodrigues e
Arruda teve uma excelente experiência com um taxista. O chamou por meio
de um aplicativo, o Easy taxi, e rapidamente foi atendida.
Um veículo
Voyage/VW aportou onde ela estava e ao entrar no carro deparou-se com um
motorista extremamente educado e cordial. Desejou-lhe boa noite e uma
boa viagem, questionando qual seria o destino. Informado que o destino
seria o bairro de Higienópolis, região próximo à avenida Paulista, este
informou a Colega Advogada o trajeto que faria para chegar mais rápido
sem precisar correr.
Questionou se o ar condicionado estava
adequado, se tinha interesse em ouvir alguma música e ofereceu uma
balinha. Quando chegou no destino rapidamente apresentou uma maquina de
cartão e disse que a corrida poderia ser efetuada em débito ou crédito
se assim preferisse.
Tirando a cor do veículo, o tratamento foi
exatamente o mesmo oferecido pelos motoristas do aplicativo, o que
demonstra claramente que é possível todos se adequarem para um melhor
atendimento.
O cliente é e sempre será o foco. O objetivo de todo
serviço prestado é a satisfação do cliente. E na busca desta satisfação
muitas empresas gastam verdadeiras fortunas para surpreender. Querem
dar ao seu público alvo o "plus", aquilo que o próprio cliente não
espera, querem surpreender, demonstrar que ele, o cliente, é a peça mais
importante em seu negócio. Se os taxistas compreenderem que surpreender
é ir além, se compreenderem que em uma sociedade que muda e evolui o
tempo todo sair da zona de conforto é a única alternativa de alcançar o
sucesso, aí terão entendido a importância do aplicativo "Uber".
Vale
ainda ressaltar que a concorrência gera melhorias no serviço prestado e
só se opõe às novidades que o mercado oferece aqueles que ganham rios
de dinheiro com as imensas frotas de táxi que possuem e aqueles que
temem sair da zona de conforto.
Já o Estado, este começa a babar
diante da possibilidade de arrecadar com as movimentações financeiras
que a médio e longo prazo serão geradas pelo aplicativo "Uber".
Quanto
aos indivíduos que restringiram a liberdade do motorista, inclusive
agredindo-o e posteriormente subtraíram seu veículo, sob o pretexto de
que os motoristas do aplicativo precisam de regulamentação, deveriam ser
lembrados que seus atos já foram regulamentados e encontram-se logo
ali, no Código Penal Brasileiro.
(Foto do G1 São Paulo)
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