UM BRINDE AO ONTEM
(AlmeidaContador)
Se hoje fosse ontem, o que será que faríamos diferente. Sempre fui uma pessoa fascinada pelo tempo. Converso sozinho com o tempo, mas não como a forma como ele passa para cada um de nós, mas simplesmente como ele passa, eu tenho medo de estar usando mal o meu tempo, seja para meu uso ou em benefício dos outros.
Sei que, talvez, melhor fosse contar como passei meu Aniversário, celebrar prós e prometer melhoras aos contras. Mas só consigo pensar no que deixamos de fazer. Mas somos seres humanos e uma das nossas falhas mais freqüentes é deixarmos para fazer depois.
Em algum momento da minha vida, essas celebrações foram importantes. Não se tratava dos presentes, nunca acreditei em amizade por presentes, mas encantavam-me os olhares das pessoas, sabe? Eram mais olhares amigos, acolhedores, mais esperançosos. Mostravam para um futuro em que o amor seria como as roupas que minha mãe deixava quarar no sol de uma sexta feira qualquer: limpo, claro, perfumado. Honesto.
Com o tempo, vem a indiferença humana sobre a magia das coisas. Pois posso até ter minhas ressalvas sobre muitos de nós, inclusive eu mesmo, mas não questiono nossa capacidade de voltar ao início das coisas e seguir em frente com o coração cheio dessas boas intenções - e a vontade de colocá-las em prática - e que a maioria não volte a pensar em contemplar e vivenciar somente em datas determinadas em um calendário.
Amor, respeito, presença, amizade, fé, busca, companheirismo... Há muito o que se viver antes, durante e depois das datas comemorativas de um calendário. Que essas datas sirvam de ponto de encontro, mas espero que não se tornem momentos únicos, durante um ano inteiro.
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