Posição dos jogadores era utilizada para designar o cargo ocupado pelo político beneficiado por propina
A delação do ex-diretor da Odebrecht Luiz Eduardo Soares, durante as investigações da Lava Jato, aponta que o "departamento de propina" da empresa utilizava nomes de times de futebol para identificar alguns partidos, bem como a posição dos jogadores para designar o cargo ocupado pelo político beneficiado.
O PT era o Flamengo,
PSB era o Sport,
PSBD o Corinthians,
PP o Cruzeiro,
PTB o Vasco,
PPS o Palmeiras,
PR o São Paulo,
DEM o Fluminense,
Atlético Mineiro o PSOL,
PCdoB o Bahia,
PSC o Náutico,
PSD o Botafogo,
PRB o Santos,
PDT o Grêmio,
PMDB o Internacional,
PROS era o Santa Cruz,
PV o Coritiba, e a
Rede era identificada como Remo.
Os políticos sem partidos recebiam o apelido de ABC. A lista conta com 18 siglas.
Segundo informações de O Globo, na tabela apresentada pelo delator, explica-se ainda que os presidentes apareciam como centroavantes, governador era descrito como meia, senador era chamado de ponta, deputado federal era apelidado de volante e deputado estadual de zagueiro. Quem não tinha cargo e pertencia à base de partidos, recebia o apelido de goleiro.
De acordo com Luiz Eduardo, a empresa preferia o caixa dois para ocultar apoios. "Nós não gostávamos de fazer muitos pagamentos lícitos porque chamava muito a atenção. Se fosse pagar tudo de forma lícita daria US$ 100 milhões da Odebrecht. Em 2010 acho que foi R$ 60 milhões em (doação) lícita. É pouco. Se pega em relação a Camargo Corrêa, Andrade é pouco", afirmou.
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