segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Deputado novato faz processo seletivo para assessor

10/01/2015 - 19h49 - Atualizado em 11/01/2015 - 08h59
Autor: Vinícius Valfré | vpereira@redegazeta.com.br


Sérgio Majeski analisa currículos para preencher vagas no gabinete

O deputado diplomado Sérgio Majeski (PSDB) inovou na maneira de escolher funcionários para seu gabinete. Abriu um processo seletivo, por meio do qual os interessados enviariam currículos e passariam por entrevistas. Apareceram mais de 140 candidatos aos empregos.

Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Em vez de cabos eleitorais, Majeski optou por contratar uma empresa para selecionar seus futuros assessores com base no perfil técnico

O método é surpreendente porque, tradicionalmente, políticos preenchem seus gabinetes com apadrinhados ou gente que negociou apoios eleitorais em troca da vaga. A prática virou regra não escrita e o ponto fora da curva é quem não a segue. 

Em vez de preencher o gabinete com os 18 funcionários a que tem direito, Majeski escolherá 11. Apenas um será designado diretamente, sem passar pelo processo seletivo. As entrevistas começaram na última terça-feira e terminam amanhã.

O anúncio de emprego foi postado na página do professor e deputado no Facebook. Foram exigidos conhecimentos específicos em educação, meio ambiente e direito, para algumas funções. “Para informação, perguntaremos se o candidato tem ideologia partidária. Desde que não seja ‘petista doente’, não tem problema. Se for profissional gabaritado, poderá ser contratado”, diz.

A seleção está sendo feita pela empresa de um amigo do deputado. Majeski não olhou os currículos e não participa das entrevistas para que “não pese a questão emotiva ou qualquer tipo de personalismo e que tudo ocorra dentro dos parâmetros da igualdade, justiça, profissionalismo e transparência”.

“Busco profissionais altamente capacitados. Não me interessam cabos eleitorais para a próxima eleição. Quero fazer gabinete com profissionais eficientes e que abracem as causas. Qualquer pessoa que se encaixasse nas exigências poderia enviar currículos”, conta.

Uma das razões que livra o novato da pressão de nomear apadrinhados é o tipo de campanha que fez. Em vez de ir às ruas fazer corpo a corpo e espalhar faixas e placas, focou nas redes sociais, junto a alunos e ex-alunos. Gastou R$ 18 mil. Gastos de outros deputados superaram os R$ 650 mil.

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