Alguns vereadores de Vitória não foram eleitos pelo voto popular
Entre os 15 vereadores eleitos em Vitória, alguns não foram escolhidos pela maioria dos votos. O sistema eleitoral para vereadores, deputados federais, estaduais e distritais (DF) é baseado em voto proporcional. Um exemplo é o candidato a vereador Clebinho (PP), que em Vitória foi eleito com 1.524 votos válidos, enquanto Camila Valadão (PSOL) recebeu 3.727 votos válidos e não foi eleita.
Basicamente, esse modelo eleitoral leva em conta os votos acumulados dos partidos e coligações para determinar qual deles possui vagas para vereador. Quanto mais votos um partido ou coligação acumula, mais cadeiras para colocar seus membros ele terá.
Isso acontece porque a eleição para vereador obedece a um sistema proporcional. Dessa forma, para conhecer os vereadores eleitos é necessário saber qual partido político foi vitorioso em uma eleição e, a partir daí, definir quais são os parlamentares mais votados dentro de cada agremiação.
A apuração se dá da seguinte forma:
- primeiro é somado os votos válidos tanto daqueles que votaram na legenda (que escolhem apenas o partido, mas não indicam o candidato), quanto os votos nominais (onde há a indicação do candidato escolhido);
- em seguida, é dividido o número de votos válidos pelo número de cadeiras disponíveis na câmara municipal. Em Vitória, por exemplo, são 15 vereadores eleitos, logo, os 185.582 votos válidos são divididos por 15, o que resultará em 12.373 votos, que é o número mínimo para um partido ou coligação eleger um candidato.
- Se a coligação possui mais de um partido, o cálculo é feito novamente dividindo o número do QE (12.373 votos) pelos votos do partido. Em Vitória, a coligação PPS/PROS foi a com maior número de votos, 34.224. Dividindo pelo QE, o resultado será 2,76, elegendo os dois mais votados da coligação: Fabrício Gandini (PPS), com 7.611, e Denninho (PPS), com 6.167.
- Como dificilmente essas somas e divisões resultam em um número redondo, há ainda a contagem da sobra de vagas, dividindo a quantidade de votos válidos do partido ou coligação pelo número de vagas do cálculo anterior e somar tudo isso com mais 1. Assim, a coligação com a melhor média recebe a primeira vaga disponível, repetindo este processo até ocupar todas as vagas.
Sendo assim, a explicação para a candidata Camila Valadão não ter se elegido, mesmo tendo a quinta maior votação, é porque sua coligação, formada apenas pelo PSOL, atingiu 4.013 votos e não alcançou o QE de 12.373.
Veja essa tabela, que mostra os vereadores eleitos comparados com outros por número de votos válidos:
Foto: Gazeta Online
Nem todos vereadores de Vitória foram eleitos por voto popular
Fonte: Gazeta Online
Foto: Gazeta Online
Nem todos vereadores de Vitória foram eleitos por voto popular
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