terça-feira, 20 de outubro de 2015

Não foi crime', diz chefe de zeladora autuada em RR por furto de chocolate


Delegado autuou funcionária por ter comido chocolate dele na sede da PF. Zeladora continua trabalhando; ela está 'assustada' com repercussão do caso.


No foi crime diz chefe de zeladora autuada em RR por furto de chocolate
A supervisora da zeladora de 32 anos, autuada em flagrante por furto qualificado após comer o chocolate do delegado corregedor da Polícia Federal Agostinho Cascardo, disse ao G1 nesta terça-feira (6) que 'a funcionária não cometeu crime algum'. A faxineira revelou estar 'assustada' com a repercussão do caso na mídia.
A zeladora trabalha há um ano para uma empresa que presta serviço à PF. Na quarta-feira (30), ela comeu um bombom que estava na mesa do delegado enquanto limpava a sala dele na Superintendência da Polícia Federal em Roraima. Ao ser flagrada por câmeras escondidas no ambiente, instaladas a pedido de Cascardo, a mulher assumiu ter pegado o chocolate e foi autuada em flagrante por furto qualificado.
Embora tenha passado pelo procedimento policial, segundo a supervisora, a funcionária continua trabalhando na empresa, mas em outro local. Ela disse ter dado referências da zeladora quando foi questionada sobre o caso ocorrido na Polícia Federal.
"Ela não será demitida. A dona da empresa onde ela está agora ligou para mim e perguntou como ela era no trabalho. Dei ótimas referências. Afirmei que é boa funcionária e trabalha muito bem. Na ocasião, ainda comentei sobre ela ter comido o chocolate, mas não pensava que iria acontecer tudo isso. Não é crime o que ela fez", sustenta, não revelando o local onde a zeladora está trabalhando e pedindo para não ser identificada.
Ainda conforme a supervisora, as zeladoras que trabalham na sede da PF têm 'amizade' com os policiais. "Nós fazemos o serviço lá e sempre vamos a um sala onde há policiais que são amigos nossos. Comemos chocolate, pão e outras coisas que eles levam. E nunca aconteceu nada. Agora, só porque ela comeu um bombom foi autuada por furto", lamenta.
Sobre a empresa tomar providências em relação à situação ocorrida com a faxineira na PF, a supervisora se limitou a responder. "Não posso falar nada", resume, citando que está acompanhando a repercussão do caso na mídia. "Isso nunca deveria ter acontecido. Não foi ela quem errou".
Zeladora diz estar 'assustada' A zeladora contou estar 'assustada' com a repercussão que o caso ganhou em todo o país e se diz 'apreensiva' diante da situação.
"Estão me procurando, por isso estou me escondendo da imprensa. Não fico em casa depois do trabalho. Estou na residência de uma amiga. Não estou acostumada com este tipo de situação", revela.
Ela enfatizou estar trabalhando e disse ter ido à Ordem dos Advogados do Brasil em Roraima nesta terça. "Relatei tudo que aconteceu comigo na Polícia Federal. Fui ouvida por um advogado que me auxiliará no caso", relata.
OAB designa advogado para acompanhar caso O presidente da OAB no estado, Jorge Fraxe, designou um advogado para acompanhar a situação da zeladora. De acordo com ele, foram solicitados à Polícia Federal documentos do procedimento do auto de flagrante por furto.
"Pedimos, por meio de ofício, a documentação elaborada pela polícia sobre o caso, pois é público. A mulher foi atendida por mim e pelo advogado nomeado pela OAB em Roraima. Analisaremos o procedimento para nos manifestarmos posteriormente", presume.
Nesta terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF) informou que vai investigar se houve abuso de autoridade do delegado corregedor Agostinho Cascardo. Por telefone, a assessoria de comunicação da PF informou que por enquanto não irá se manifestar sobre o caso.

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