sábado, 19 de junho de 2010

19-06-2010 - Crônica do dia

Copa do mundo de futebol 2010.

Após o término do jogo entre Brasil e Coreia do Norte, disputado pela Copa do Mundo de 2010, refleti sobre o momento atual do nosso futebol. Pensei sozinho: “Onde será que anda o tal futebol arte brasileiro? Será que perdemos nossa maior característica que é a arte de jogar futebol com alegria? Onde estão os dribles maravilhosos e o improviso, a criatividade brasileira que encantou o mundo inteiro até bem pouco tempo?”.


Zico, Pelé, Garrincha e tantos outros que ensinaram ao mundo uma forma diferente de se jogar bola, como uma diversão em que o sorriso sempre estava estampado no rosto, devem estar tristes vendo a atual situação. Para não ser taxado de saudosista, temos exemplos recentes de grandes times que jogavam bola.

Sim, jogavam bola. Como um garoto que chama seus amigos para bater uma “pelada” (eu disse pelada) na rua e se diverte, Marcelinho Carioca e Ricardinho comandavam o esquadrão corintiano do ano de 2001, Robinho e Diego brincavam de destruir as defesas adversárias com dribles e jogadas brilhantes em 2002, Alex com passes e lançamentos magníficos enchia os olhos de quem gostava do futebol bem jogado no Cruzeiro, em 2003.

Assim por diante, várias e várias gerações de craques que, ano após ano, sempre surgiam com um timaço que fazia até corintiano aplaudir palmeirense e vice-versa pelo futebol bonito que os times apresentavam.

Mas atualmente, ao que tudo indica, não vemos mais esse tipo de time com um futebol ofensivo que consegue ser, ao mesmo tempo, eficiente e bonito. Quando o tempo regulamentar do jogo todos ficaram satisfeitos com o fim da partida.

Sem ser uma característica específica deste jogo, que se fosse eu estaria bem feliz, parece que o nosso futebol não está mais preocupado com a magia que sempre teve e fez o mundo se ajoelhar diante do nosso talento.

Hoje, o futebol ficou pragmático. Jogadores, desde a base, se preocupam mais em saber o que é um 3-5-2 do que dar um drible ou um lançamento bem feito. O resultado é esse que vemos por ai. Jogos sem graça, com pouca emoção, baixa qualidade técnica, mas uma grande qualidade tática. Difícil é o torcedor brasileiro entender de esquema tático. Brasileiro entende de pelada, gols e mais gols. Tem jogadores profissionais que tem grandes dificuldades de exercerem as suas funções táticas. Imaginem o torcedor que só vê jogo pela TV. Ir aos estádios é para uma minoria.

Hoje o futebol visa o resultado. Joga-se pelo regulamento. Regulamento debaixo do braço. Voce aplica os seus trocados na Bolsa por diversão? Voce coloca em risco o seu dinheirinho suado em qualquer aplicação? Claro que não. Estuda-se bem os gráficos e etc. Assim também se tornou o futebol. O alto investimento exige um comportamento diferente. Paramos de ser "peladeiros". Sou dos tempos das peladas, mas admiro os técnicos que estudam e colocam em prática os seus esquemas táticos de jogo.

Vamos torcer pelo futebol da seleção brasileira, mas não vamos morrer por ela, pois ela não morreria por nós. A seleção brasileira de futebol está defendendo o seu investimento, nós devemos fazer o mesmo, defender o nosso investimento.

Torcer, vibrar, claro que sim. É esporte, é gratificante, mas também tem muito dinheiro em jogo.

Até domingo. Mas vamos com o coração, não esquecendo da cabeça. Juízo e divirtam-se.

Terça Feira, após a disputa da partida contra a Coreia do Norte não conseguir assistir a muitos "comentaristas" falarem mal da partida realizada pela seleção brasileira porque não são "analistas" do futebol, são saudozistas dos tempos das peladas, gols e mais gols. Estão esquecendo do resultado, ou não querem ver o resultado.


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