sexta-feira, 25 de junho de 2010

25-06-2010 - Crônica do dia

Confissão de um ex-fumante.

(AlmeidaContador)

Outro dia lendo um artigo chamado "confissões de um fumante", resolvi escrever a minha própria crônica dos meus tempos de fumante. Muitas pessoas que provavelmente vão ler este artigo poderão confirmar o que vou escrever.

Aos 11 anos vendi meu pulmão à Souza Cruz ou foi a a Santa Cruz, não me lembro ao certo qual era empresa que mandava na produção de tabaco no Brasil naquela minha época. Começava alí a vida de um fumante.

Morava em um lugar lindo, uma cidadela maravilhosa. Tinha tantas frutas para eu apreciar o ano todo. A natureza desfilava na minha frente. E eu um adolescente fumante ou um fumante adolescente. Nunca soube separar corretamente essa situação. Acho que é a mesma coisa.

Não sei porque tanta gente insiste em fumar. Não sei, mas sei também que o prazer em fumar persiste, não nos abandona. Parei de fumar após 15 ou 16 anos de vício. Minha namorada, hoje minha esposa reclamava do cheiro, cheiro no cabelo, na roupa, na verdade esse cheiro incomoda o corpo inteiro. Deixa até algumas partes do corpo em mau funcionamento.

Mas por que precisamos desse amuleto, ou devo chamar dessa muleta. Também devemos perguntar quem é esse tal de Philip Morris que insiste em viciar tanta gente. Quem foi o corno, o filho de uma boa mãe que me apresentou a Souza Cruz ou a Santa Cruz. Quem foi que me disse que sinônimo de sucesso é Hollywood. Quem foi que nos disse que fumando ficaríamos mais Free, ou sei lá teríamos mais Charm.

Mas o tempo passou e a minha maior alegria veio ainda há pouco tempo quando fiz um exame (RX) dos pulmões e o meu médico disse: Que bom que voce nunca fumou, seu pulmão está intacto, limpíssimo. Ficamos por aí. A alegria foi tanta, que não consegui comentar, apenas sorri. Isso aconteceu 20 anos após parar de fumar. Antes os exames não eram assim diagnosticados.

Fumei, queimei dinheiro por esses 15 ou 16 anos. Fumava de manhã por que acordava. Fumava a noite porque ia dormir. Fumava no trabalho para concentrar. Fumava no café por que dizem após o cafezinho, nada melhor que um cigarrinho. Ao tomar uma cerveja, um cigarro, um não diversos. Se estava nervoso para as conquistas, um cigarro para ganhar confiança. Sempre um cigarro. Se estava nervoso pelo mau jogo do timão, um cigarro para me controlar.

Se hoje calculasse os dias que fumei, levando em consideração um ano de 365 dias (mentira absoluta), dia de fumante é quase o dobro dos normais, ele fuma até no meio do sono. O vício é muito mais forte que voce, se é que voce é forte.

Eu que fumava 03 maços por dia, 90 maços por mes, 1.080 maços por ano, 16.200 maços foi fumado, fumei, queimei (isso fora os sábados, domingos e feriados em que os fumantes fumam mais, tem as festas, as baladas), no meu caso, queimei nada mais nada menos que R$=80.000,00 (oitenta mil reias). Acredito ser um pequeno patrimônio.

Quando parei, parei. Nunca mais fumei. Jamais tive um a recaída. Então digo com firmeza: É possível parar de fumar. Tente. Voce consegue.

Nunca é tarde, resolvi escrever esse depoimento para que sirva de testemunho pessoal e principalmente de alerta para aqueles que insistem em continuar nesse vício manso e lento. Quando forem ao meu encontro, por favor não fumem!

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