sexta-feira, 9 de julho de 2010

09-07-2010 - Biografia do dia



Glauber Rocha

(Cineasta brasileiro)
14-3-1939, Vitória da Conquista (BA)
22-8-1981, Rio de Janeiro (RJ)


Em maio de 1964, Deus e o Diabo na Terra do Sol concorre à Palma de Ouro no XVII Festival do Filme, em Cannes, perdendo para uma comédia musical francesa. Recebe, contudo, o Prêmio da Crítica Mexicana, no Festival Internacional de Acapulco, México; o Grande Prêmio Festival de Cinema Livre, na Itália; e o Náiade de Ouro, no Festival Internacional de Porreta Terme, na Itália.

O diretor: Glauber Andrade Rocha. Idade: 25 anos. A partir desse episódio, o novo movimento cinematográfico brasileiro, o Cinema Novo, que revolucionou a linguagem do filme brasileiro nos anos de 1960, entrou para a história do cinema mundial.

Nascido na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, Glauber trabalhou como crítico de cinema em Salvador. Estreou como diretor com os curtas experimentais Pátio (1957) e Cruz na Praça (1959). Em 1961, filmou seu primeiro longa-metragem: Barravento. O filme, tendo o mar, a dança, as cerimônias e os sacrifícios rituais como elementos da narrativa, conta a história de um grupo de pescadores baianos.

Ganhou uma célebre crítica de Alberto Moravia, no jornal L'Expresso (1963): "Trata-se de um dos mais belos filmes que temos visto atualmente (...) Particularmente, o que mais me impressiona no filme de Glauber Rocha é o fato de que a magia não é representada como um fenômeno folclórico, mas como uma tentação, uma insídia, um fascínio e um desejo de retrocesso e anulação.

Esse é um fato da consciência e, como tal, uma realidade histórica". Em 1964, surgiu Deus e o Diabo na Terra do Sol; baseado na literatura de cordel, retrata a pobreza e o fanatismo do povo nordestino. O filme seguinte, Terra em Transe (1967), que trata dos conflitos políticos, da violenta disputa pelo poder, da miséria e do subdesenvolvimento num país chamado Eldorado, conquistou reconhecimento e prêmio da crítica no XX Festival de Cannes. Seu terceiro longa-metragem, O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), inspirado no folclore e no misticismo do sertanejo, conquistou o prêmio de direção no XXI Festival de Cannes. A Idade da Terra (1980) foi apresentado na Mostra Internacional de Cinema de Veneza, provocando polêmica. Nas palavras do diretor italiano Michelangelo Antonioni, o filme é uma lição de como se deve construir o cinema moderno.

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