segunda-feira, 12 de julho de 2010

12-07-2010 - Crônica do dia

O CORPO DE ELISA SAMUDIO

Dizem que depois do leão morto todo mundo quer chutar a boca, mas fica aqui a pergunta que não quer calar: Elisa Samudio, o prato cheio da imprensa mundial hoje, era ou não era garota de programa?

A história que os amigos contam é que ela desde adolescente já gostava de uma vida badalada, mas isso não é privilégio de uns poucos; todos querem e sonham com uma vida de luxo, glamour e sucesso, mas poucos são capazes de trilhar esta estrada quase sempre incerta com dedicação, firmeza, sapiência e critérios morais.

Os garotos estão crescendo com a idéia fixa de serem jogadores de futebol ou pagodeiros; já as moças, principalmente as mais belas, querem é viver nas passarelas sob as luzes dos holofotes, mesmo que isso não lhes traga tanta felicidade; pelo menos é o que apontam as diversas matérias que são diariamente veiculadas.

Elisa Samudio cresceu numa das piores cidades da América do Sul, Foz do Iguaçu; onde não dá para se confiar nem mesmo no pároco. Uma cidade que vive do lixo do contrabando e da desgraça das drogas; de quebra, ainda se contabiliza uns trocadinhos dos roubos de veículos e todos vão vivendo alegres e satisfeitos, como se aquele inferno fosse um paraíso.

Cresceu sem a proteção da mãe e com um pai, que segundo constou na mídia, é acusado de estupro. Por ser um pouquinho diferente do azedume plástico característico de sua região, a garota Samudio foi freqüentar festinhas, que carinhosamente suas colegas rotularam de “eventos”. Foi nestes eventos que ela descobriu que poderia ganhar uma grana preta exibindo-se para a comunidade chino-árabe de Foz e de lá, somente a busca definitiva do estrelado, que neste caso, somente poderia ser no eixo Rio – São Paulo.

Entre ida e vindas, eis que conhece o garotão Bruno; goleiro famoso que já tem no currículo uma centena de pupilas da noite; o cara sempre gostou de pagar para ter alguém na cama e isso sempre foi incontestável; e como ele mesmo disse, quem é que não gosta em seu meio?

Entre mortos e feridos a garota do Paraná viu uma chance de se aposentar entes dos 30 anos e esta chance era engravidando; o resultado não podia ser outro; deu sem camisinha e pimba, ficou grávida. A segunda parte do plano era forçar a barra para poder ter um salário mensalmente e quem sabe, um apartamento razoável para criar o filho do goleiro, mas em seus planos ela não contou com o desequilíbrio mental de Bruno e seus asseclas sedentos por exclusividade.

Eliza Samudio deu queixa e pelo visto presumível passou a ameaçar a vida do jogador com outro escândalo nacional. Ela já era a “Maria Chuteira” assumida e queria mais, muito mais. Possivelmente, numa destas discussões mais acaloradas entre a moça, Bruno e seus amigos, veio a idéia de dar fim nesta relação, mas a sociedade jamais esperava que fosse de uma maneira tão trágica, vil e covarde.

Segundo relatos policiais Eliza foi morta com requintes máximos de crueldade, coisa somente vista em filmes da Gestapo ou em romances absurdos cujo personagem de Jack o Estripador se fez presente!

Agora vêm aquelas velhas perguntas: - Porque Bruno, um moço tão rico, não quis dar uma pensão ao filho? – Este garoto de poucos meses, filho de Eliza é de fato filho do goleiro? – Porque matar a moça ao invés de litigar na justiça, uma vez que até a mulher do goleiro já sabia do caso? - Onde está o corpo da garota? - O que fizeram de fato com o corpo desta pobre infeliz que pensou em ser rainha de um reino sem súditos?

As outras perguntas, tipo, com quem vai ficar o menino e como vai ficar a vida do goleiro, estas somente o tempo poderá respondê-las; se Eliza está de fato morta ou viajando, hoje, somente Deus sabe, mas de uma coisa é certa, com tantos fatos apurados e posições indubitáveis é quase certo que deram fim na vida da moça, somente porque ela não fora instruída por alguém de cabeça normal. Ela se aliou a pessoas erradas deste a adolescência e permaneceu aliada de gente estúpida que somente a explorou e o resultado é esse; se estiver morta, com certeza foi por simples, pura e admirável estupidez coletiva.

Estupidez dela, que deixou os estudos para uma vida de devaneios e perigosa, fazendo programas e dizendo a família que eram eventos; ao que se sabem, em Foz do Iguaçu os únicos eventos que se tem notícia são os criminosos. Depois, mais estúpida ainda, por acreditar que uma boa noite de cama com o jogador, o faria sensível, a ponto de adotá-la como amante fixa; por último, depois de grávida, sabe-se Deus o que ela fez ou disse para o jogador nutrir tanta ira...

Estupidez dele, um jovem de carreira brilhante, com um salário invejável, mas que cresceu ao lado de maus amigos, e o pior; depois de adulto não procurou crescer espiritualmente, talvez imaginando que a vida fosse uma eterna orgia e que as prostitutas do mundo fossem acabar em breve.

É incrível como o estigma é tão notável na vida desta gente; basta ganhar uma graninha para comprar sítio, carrão de luxo, se envolver com traficante e colecionar escândalos; como se sem estes predicados imundos eles não conseguissem ser mais ninguém!

O corpo de Eliza Samudio está em algum lugar; os corpos de Bruno e companhia, inclusive de sua esposa, poderão sofrer o maior dano que um ser humano consegue em vida, o cárcere e o repúdio eterno de uma sociedade; mas isso não sou eu que julgo e sim os fatos de séculos de história brasileira!


Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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