Uma companhia farmacêutica tem duas candidatas para a vacina
Por
Ana Luísa Fernandes
Editado por
Tiago Jokura
Atualizado em
05/02/2016 - Super
Quando os pesquisadores da companhia indiana Bharat Biotech
começaram a produzir uma vacina contra o Zika vírus, em novembro de
2014, não imaginavam que, menos de seis meses depois, a doença se
tornaria uma epidemia. Primeiro no Brasil, depois no resto da América,
África e Europa.
A doença em si não é o grande problema - em adultos, ela
causa febre, algumas manchas vermelhas e outros sintomas, que geralmente
passam em menos de uma semana. A grande questão é a microcefalia,
condição neurológica que acomete os recém-nascidos de mães infectadas.
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Com a epidemia e com a possibilidade de a doença ser sexualmente transmissível,
existe uma certa urgência na fabricação da vacina - grandes empresas
farmacêuticas já estão no processo, mas a Bharat é a que está mais
avançada. A companhia se prepara para começar a realizar testes em
animas, o que leva, em média, cinco meses. Só depois ela poderá ser
testada em humanos. Se tudo ocorrer como esperado, alguns anos ainda
serão necessários até que a droga esteja de fato disponível para a
população.
A Bharat tem duas possíveis candidatas para a vacina, o que
aumenta as chances de sucesso. A primeira usa o DNA do vírus vivo, para
estimular a resposta imunológica com uma versão mais fraca da doença.
Essas são mais fáceis de serem criadas, mas não costumam criar uma
resposta imunológica forte. Já a segunda usa uma versão inativa do
vírus, que, mesmo assim, consegue estimular uma resposta do sistema.
Os
especialistas acreditam que a última tem mais chances de sucesso.
Se hoje temos uma vacina em estágio de desenvolvimento
avançado para a Zika, o fato se deve a uma peculiaridade da indústria
indiana: trabalhar com doenças tropicais negligenciadas, como era o caso
da Zika até 2015. "Nós nuncas esperamos que o vírus se tornasse um
problema tão sério", diz o dono da Bharat, Krishna Ella.
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