terça-feira, 6 de outubro de 2009

Por que precisamos de tantos exames médicos

Estava eu ontem, dia 05-10-2009 assistindo a um programa na Televisão em que um Jornalista brasileiro entrevistava uma Jornalista Internacional.

Esta Jornalista é formada em Biologia (pesquisa de laboratório) e Matemática.


No doutorado ela desistiu de tudo e foi ser Jornalista. Ela falou que não amava as outras profissões e agora ama a profissão de Jornalista.


Não estou aqui para falar destas profissões, o que me trouxe a escrever foi a entrevista que ela concedeu ao Jornalista brasileiro.


Tudo isto me veio a cabeça ao olhar as fotos do aniversário de um dos meus irmãos onde estavam meu pai, (81 anos), uma irmã, (56 anos), eu (54 anos), um irmão, (50 anos), um irmão, (48 anos), um irmão (45 anos) e outros dois irmãos de 20 e 23 anos.


A entrevista era sobre a “gripe suína” e esta jornalista se especializou em pesquisar e escrever para o jornal onde trabalha sobre epidemias.


Ela escreveu um livro sobre as mortes acontecidas pelas epidemias no passado, principalmente sobre a “gripe suína” de 1918 que até hoje não sabemos quantas pessoas morreram. Falam-se em 25 milhões de pessoas só na china.

De acordo com as palavras dela, desta vez também jamais saberemos o número exato de mortes.

Durante a entrevista o jornalista brasileiro lhe pergunta:

Durante suas pesquisas descobriu se a gripe suína já está controlada?

Ela responde: Sim, só que vai continuar matando, pois ela está aí desde 1918.


O jornalista lhe faz mais uma pergunta:

Quem vai vencer, o ser humano ou o(s) vírus? Nós acabaremos com o(s) vírus ou ele(s) acabarão conosco?


Ela responde: Se o(s) vírus acabarem com os seres humanos seremos todos perdedores porque sem os hospedeiros (humanos) não haverá vírus. O(s) vírus também morrerão.


Voltamos a minha família que mencionei. Esta família que vem de épocas onde a medicina não tinha todo este potencial a ainda por cima nós vivemos a maior parte destes anos em regiões de poucos recursos e desconheço se alguém tenha contraído alguma doença oriunda de epidemias.


Durante a entrevista o Jornalista brasileiro faz mais uma pergunta à jornalista internacional, agora sobre os excessos exames de laboratório requisitado pelos médicos a todos que vão aos seus consultórios e sobre os excessos de diagnósticos de câncer.


Ela responde: Que uma piada que ela ouviu uma determinada vez fez com que ela parasse de fazer aqueles exames anuais, que dizia o seguinte – Um leitor de seus livros lhe perguntou e ele mesmo respondeu – O que é uma pessoa saudável? E a resposta – Uma pessoa que nunca foi ao médico.


Depois deste comentário a jornalista internacional respondeu ao Jornalista brasileiro que os exames de laboratório por qualquer mera consulta faz mais mal ao paciente do que bem, pois a partir daí começa o stress psicológico até o resultado, que nunca é 100% repleto de boas noticias, mas o que não é boa noticia também não o mataria.


Sobre a pergunta dos exames de câncer ela disse que tantos exames desta doença que não deveriam ser solicitados por que muitas destas variações de câncer não matam e muitos não tem cura e em ambos os casos o paciente do início até o resultado do exame só sofre. E se não tem cura é o fim.


Por fim ela disse que chegou o dia de fazer os exames anuais. Foi a sua médica e logo de cara lhe pediu que fizesse um eletrocardiograma. Ela recusou alegando que na sua atividade ela andava muito todos os dias, às vezes até corria, portanto não era possível ela ter algum problema cardíaco. Mas sua médica insistiu que seria melhor ela fazer, pois poderia em um desses momentos da correria do dia-a-dia ela cair e passar e mal, era uma precaução. E ela insistiu em não fazer porque não estava sentindo nada e que o plano de saúde dela não exigia tais exames, e que quando ela caísse passando mal seria socorrida e faria os exames necessários.

Isto tudo me trouxe uma simples reflexão. Meu pai com 81 anos de idade é mais saudável do que eu e visitou um consultório médico bem menos do que eu. Eu estou sempre mais feliz quando fico mais tempo longe das consultas médicas.


Para finalizar acompanhei recentemente minha esposa para fazer um exame anual de mamografia e acho que sofri mais do que ela. Sofri enquanto ela entrava para aqueles locais em que se entra sozinha para ser examinada (saber se tinha câncer de mamas) e sofria enquanto ela não retornava. Ela retorna, que alívio. Alívio nada. Sentar e esperar o resultado, esta espera é sofrível. Chama seu nome, e eu já me vejo juntamente com ela pegando o resultado e está tudo ótimo, vamos embora. Embora que nada. Chamam-na para repetir o exame. O exame não ficou claro para a apreciação e emissão do laudo. O médico diz que é assim mesmo, isso acontece, é quase padrão repetir os exames. Começa todo o sofrimento de novo, e agora com maior stress. Confesso, a partir daí passa tanta coisa pela cabeça. Que loucura, minha esposa retorna, espera novamente, chamam-na novamente, lhe entregam os exames juntamente com o laudo e dizem que está tudo bem. Simples, só isso, bom dia, passar bem. Será que precisamos de tanto sofrimento durante um exame médico. Acho que envelheci uns dois anos naquele dia. Nas vezes anteriores minha esposa sempre foi sozinha. Até o próximo.



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