terça-feira, 20 de outubro de 2009

Uma história - Capítulo VIII



Terminada a safra de 1966, veio a mudança na vida da família de Lívio. O Governo Federal preocupado com qualidade do café brasileiro, nosso café estava muito brocado, não havia defensivos agrícolas que conseguiam eliminar a praga da broca, tomou uma decisão intempestiva: Começou a erradicar com as lavouras brocadas, o que eram a maioria, e para isso pagava-se muito bem aos proprietários das lavouras para arrancar o café e fazer um novo plantio.

Foi uma correria ao Banco do Brasil, e de lá saiam com sacos de dinheiro. Em vez dos agricultores voltarem ao plantio de novas lavouras, o que houve foi uma migração massificada dos agricultores para os Estados do Paraná, Mato Grosso e até Rondônia, com eles levando o dinheiro da erradicação do café e comprando terras baratas naqueles Estados.

E o Lívio, o que fazer, não tinha mais café para puxar (transportar), o que fazer com os seus animais, precisava comer beber, vestir, cuidar dos animais. Lívio ainda tentou sobreviver levando aguardente (pinga) de Vila do Café para vender em algumas Vilas no Estado da Bahia e retornando trazia Farinha de mandioca para vender na Vila do Café.

Este tipo de comércio era muito difícil, não havia estradas, não havia pontes, os animais sofriam muito para realizar o transporte. Uma distancia de 80km para ser percorrida levava-se três dias para ir, três dias para voltar e mais uns dois dias para vender as mercadorias levadas e comprar as mercadorias para o retorno. Não dava para fazer mais que uma viagem por mês.

1966, os três filhos mais velhos deram uma alegria imensa a Lívio e Joara, todos os três terminaram a quarta série do ginásio (Quarta série do primeiro grau) sem reprovação em nenhum dos anos e sempre com boas notas de aprovação.

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